Trajes
Traje de Campino
Este traje é derivado da indumentária erudita do século XVIII, muito embora tenha sofrido algumas alterações decorrentes da moda e da confecção oitocentista. Assim, as calças apresentam-se na forma de calção com abotoadura lateral idêntica ao calção setecentista, muito embora tenha uma verguilha em vez da abertura em alçapão.
Os calções são ajustados a perna com quatro botões, cintura subida e um cós apertado com botão, seguindo o modelo do traje da corte.
O colete tem como principal característica a cor vermelha e a configuração de rebuço que acompanha o decote, este rebuço deriva da forma do colete romântico, o qual deixava antever a camisa engomada e com folhos.
Fardas de Forcados
O traje de forcado é usado durante a tourada para as pegas dos touros, esta actividade costuma seguir-se á dos toureiros, sendo o director da tourada, comumente designado de inteligente, que dá autorização para se fazer a pega conforme as condições do touro: um grupo de oito, para a pega de caras ou apenas dois para a pega de cernelha, em que um deles faz de rabejador.
A palavra forcado deriva do instrumento agrário composto por uma vara terminada em duas ou três pontas de madeira ou ferro, também designada de forquilha.
A jaqueta é executada num tecido de ramagem cujas cores são exclusivas dos grupos de forcados. Estão geralmente conectados com a sua terra de origem.
O acto de pegar o touro tem origens remotas e era sempre executado por jovens, também designados por moço de forcado. As pegas requerem grande agilidade, valentia e reflexos rápidos, a cor dominante é o vermelho, usando na faixa e na gravata.
Esta, cor, diz-se fazer atrair o olhar do touro que, assim encadeado, investe propiciando a lide tauromáquica. O forcado tem como acessórios além dos calções e da jaqueta, meias brancas arrendadas, sapatos, cinta e barrete, actualmente só o chefe ou o cabo utiliza o barrete para a pega de cara.
Traje de Montar
Ao descrever o traje de montar português dos finais do sec. XIX e principio do sec. XX, coloca-se varias questões. A jaqueta, o colete e as calças, particularmente estas, eram usadas em toda a Europa após a revolução francesa. Então porquê entender como genuinamente o traje português quê se vai descrever?
Em Portugal, de norte a sul, mesmo nas zonas onde montar a cavalo não fazia parte das actividades profissionais ou lúdicas da população, o modo de vestir era semelhante embora com pequenas diferenças.
Traje de Trabalho - Homem
D. Afonso Henriques, ao conquistar Lisboa aos Mouros em 1147, criou duas comunidades a de judeus e a de mouros, cujos bairros se passaram a designar por judiaria e mouraria.
Estes últimos, foram-se espalhando pelos arredores de Lisboa, dedicando-se a horticultura cujos produtos vinham vender á cidade.
Os saloios povoavam as feiras e mercados da cidade vindo com as cangalhas do seu burro assim como os alforges carregados com os seus produtos típicos da sua própria agricultura tradicional vende-los.
Também eram padeiros fabricando uma variedade de pão muito apreciada, que ainda hoje é conhecida como pão saloio.
O saloio corresponde ao estrato social baixo de baixas posses, logo o seu traje era confeccionado em cotim de algodão tanto liso como de risca, acrescido de uma camisa de riscado, uma faixa de lã enrolada a cintura e de um barrete preto de lã, botas de carneira atacadas.
Traje de Trabalho - Mulher
A saloia está ligada a dois tipos de função, a serviçal, a jovem rapariga que trabalhava nas casas abastadas da cidade ou nas quintas, ou de ama, jovem mulher com dificuldades de várias ordens que vinha com o seu recém-nascido, amamentar os filhos da burguesia citadina.
Também trabalhava nas terras ao lado do marido indo ao fim de semana ao mercado vender o que produziam.
O seu traje é constituído por saia cumprida até ao tornozelo confeccionada em Castorina de lã ou riscado de algodão geralmente com uma barra toda a volta da saia da parte de dentro chamada catrapiza, que servia para proteger mais a bainha da saia e também para fazer peso para que esta não levantasse mais facilmente com o vento.
Blusa de chita ou gregorina com vários padrões, avental com nervuras, lenço de cachené, meias de linha chamadas meias de cordão, saiote e culotes de pano-cru com picou na ponta feito a mão, sapatos ou botinas feita a mão em carneira.
Traje Domingueiro de Campina
O traje de campina (Domingueiro) tem um sabor acentuadamente romântico, a saia é rodada através do emprego de pregas laterais que se estendem até á abertura das costas desenhando maior volume para trás, o que lhe confere carácter vitoriano.
A saia é envergada sobre um saiote branco com refegos e culotes até meio da perna criando amplidão.
Tanto o saiote como os culotes apresentam um ligeiro folho de bordado inglês que confere ao conjunto de roupa interior muito requinte.
A blusa tem gola redonda rematada com folho de bordado inglês, tal como a Cacela e os punhos, no peito aparecem bordados de ambos os lados desenhando motivos relacionados com a paisagem local.
Trajes à Medida - Senhora
Blusa
Largura de Ombro - Tirada do decote do pescoço até à costura do ombro
Largura das Costas - Tirada da costura do ombro ao outro ombro na parte das costas
Largura de Cavas - Tirada debaixo dos sevacos de costura a costura
Largura de Peito - Tirada toda à volta e já com a folga necessária
Largura do Punho - Tirada toda a volta do punho
Largura do Pescoço - Tirada toda a volta do Pescoço
Altura do Corpo (Frente) - Tirada da costura do ombro junto ao pescoço até à cintura
Altura do Corpo (Costas) - Tirada do decote atrás até ao punho
Altura de Manga - Tirada da costura do ombro até ao punho
Medida da Cintura - Tirada toda à volta com pouca folga
N.B. a altura da aba, seja ela franzida ou de pregas somos nós que damos de acordo com as medidas apresentadas
Trajes à Medida - Homem
Calça
Altura - Tirada de lado, desde onde se pretende que fique a altura do cóz até ao sapato para não ficar curtas, medidas com o cóz
Medida de Gancho - Tirada entre as pernas até à altura do sapato a ficar no mesmo nível da medida de lado
Medida de Cintura - Tirada onde começa a verguilha até à altura do cóz
Medida da Anca - Tirada toda à volta do rabo com um pouco de folga
Colete
Medida do Peito - Tirada toda a volta do peito com um pouco de folga
Altura da Frente - Tirada da costura ao ombro até á cintura, ou mais abaixo depende do gosto da pessoa
Sapatos
Medida do pé - Medida normal para calçar com peúgo vulgar, mais folgado para calçar com méis grossa
Chapéu
Medida Cabeça - Medida tirada justa à volta da cabeça
Jaqueta
Largura das Costas - Tirada do meio das costas, sitio da coluna até à costura da manga tira-se só metade das costas, se tiradas por um casaco melhor
Medida do Peito - Tirada toda a volta do peito com um pouco de folga
Altura da Jaqueta - Tirada da costura do ombro junto ao pescoço até à altura que se deseja, um pouco mais que o colete, as medidas são tiradas pela frente
Altura da Manga - Tirada desde a costura do ombro at´r ao pulso
Camisa
Medida - Número vulgar que usa
Barrete
Medida - A medida do Barrete é universal
N.B. as medidas apresentadas para a confecção são da inteira responsabilidade de quem as tirou...